Com o passar dos tempos, forma de vida escolhida por São Francisco foi pouco a pouco ultrapassando a região de Assis e até mesmo da Itália. Seus frades foram sendo enviados para outras regiões e para outros Países, a fim de pregar a penitência, a reconciliação e a paz, presentes na mensagem do Evangelho.
Mas, não era só São Francisco e seus frades que eram famosos em Assis. Existia uma linda moça de 17 anos que já tinha fama de santidade, pois desde muito pequena se dedicava à oração e se preocupava com os pobres de sua cidade. Privava-se de seus alimentos, fingindo comê-los para dá-los aos pobres. Por isso, a fama de sua bondade e santidade era conhecida por todos. Com certeza também era conhecida por Francisco.Em 1211 São Francisco tentou ir à Síria, mas não conseguiu e voltou a Assis. Neste ano se encontrou pela primeira vez com Santa Clara, a qual já conhecia pela sua boa fama. Ela tinha 17 anos e ele tinha 29.
Francisco, curioso, resolveu conhecer Clara pessoalmente, conforme nos conta sua irmã de sangue, Beatriz, que foi uma das testemunhas do processo de canonização de Santa Clara (o processo foi iniciado pouco mais de três meses após a morte de Santa Clara, acontecida em agosto de 1253). Aliás, precisamos dizer aqui que suas duas irmãs de sangue, Catarina (a qual mais tarde recebeu, de São Francisco, o nome de Inês) e Beatriz, além de sua própria mãe Hortolana, a seguiram na vida de Irmã Pobre, em São Damião.
Bem, como estávamos dizendo, tudo indica que foi São Francisco quem procurou Santa Clara em primeiro lugar para conversar, e não o contrário, como sempre costumamos ouvir dizer.
Os encontros se seguiram e neles Francisco falava-lhe sobre as vaidades do mundo e a riqueza de seguir os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, pobre e crucificado, como virgem-esposa pobre e crucificada. Clara ouvia-o com atenta e com muito gosto. Até podemos imaginar a profundidade de tal diálogo, onde os dois trocavam suas mútuas experiências no seguimento do Senhor.
Santa Clara não foi uma simples reprodução do ideal de vida de São Francisco. Não foi a “irmã lua”, sem luz própria; sem um brilho próprio; limitando-se apenas a refletir a luz e o brilho de Francisco, o “irmão sol”. É bem mais coerente perceber que os dois tiveram o mesmo chamado de Deus e foram pouco a pouco partilhando suas experiências. Clara, revelou-lhe o lado feminino do ideal de vida inspirado por Deus; e Francisco revelou, para Clara, o lado masculino deste mesmo ideal.
Bem, como falávamos, para evitar comentários negativos por parte do povo, Santa Clara sempre ia ao encontro de Francisco acompanhada por sua amiga Bona de Guelfuccio. Sua família não sabia que eles se encontravam e se conheciam pessoalmente. São Francisco, por sua vez, levava consigo um de seus frades, Frei Filipe. Este detalhe também é contado pela própria Bona ao testemunhar no processo de canonização de Santa Clara.
Após alguns encontros, decidem que Clara fugiria de casa na noite do Domingo de Ramos. Pela manhã, ela vai à Missa com a família na Catedral de Assis. Era o ano de 1212.
Repentinamente o Bispo Dom Guido desce do altar e entrega pessoalmente, num gesto nunca antes visto, uma palma benta para Clara. Certamente tal gesto foi um sinal de que ele já estava sabendo de suas intenções de fugir de casa, iniciando uma nova vida. Francisco deve ter conversado com ele a este respeito.
De noite, Santa Clara veste-se com sua roupa mais bonita e coloca suas valiosas jóiaspara que sua entrega a Deus fosse ainda mais preciosa e apronta-se para sair de casa por uma porta abandonada. Podemos imaginar que se adornou com brincos, pulseiras, colares de brilhantes, diamantes e tudo o que de mais valioso possuísse. Ela não utilizou a saída costumeira, a fim de não ser vista por seus familiares.
Essa porta, por onde saiu, estava fortemente fechada e escorada por troncos e pedras, como é testemunhado por irmã Cristiana no processo de canonização. Somente muitos homens seriam capazes de remover tais obstáculos, mas Clara, com a força de Deus, foi capaz de removê-los sozinha.
Santa Clara foge, então, para a igreja de Santa Maria dos Anjos da Porciúncula acompanhada por alguém, que não se sabe quem foi. Com certeza esta companhia a aguardava do lado de fora de sua casa, pois no processo de canonização diz-se que Clara conseguiu abrir sozinha a porta fortemente lacrada. Lá na igrejinha a esperava São Francisco e seus frades com tochas acesas para consagrá-la a Deus.
Basílica de Santa Maria dos Anjos
A pequena igreja da Porciúncula,
situada dentro da Basílica de Santa Maria dos Anjos
Interior da igreja da Porciúncula
É claro que os pais são uma benção,mas primeiro Aquele que nos criou.Não vamos ter medo de se lançar nos braços Dele,eu estou aprendendo,a me lançar e está sendo maravilhoso! Amém.Shalom.
Achei uma coisa belissima o trabalho de vcs. Quanto aos comentarios e Enquetes e as paginas do site.
Parabens, a todos que realizam esta missão tão bonita.
Atenciosamente, Pythágoras. Paz e bem
Sou apaixonada por Santa Clara, e fico cada vez mais encantada quando leio sobre a vida dela! Gostei muito do artigo exelente!