Para falar da luta de Santa Clara, precisamos fazer um pequeno retrospecto para dizer que a partir do ano de 1215 começa, o que será nosso ver a maior dificuldade de Clara. Neste ano se inicia o Concílio IV de Latrão, o qual impedirá o surgimento de novas Ordens Religiosas e de novas Regras de Vida. Quem desejasse seguir a Cristo na vida religiosa deveria optar por uma das Regras já existentes (de São Bento, de Santo Agostinho etc.).
No ano seguinte, por ordem de São Francisco, Santa Clara é obrigada a aceitar a Regra beneditina e o título de abadessa. Ele prevêque será preciso que ela acate esta determinação da Igreja, a fim de sua Ordem possa subsistir. Ela aceita apenas aparentemente, mas recorre à Santa Sé pedindo o Privilégio da Pobreza, segundo o qual não poderia ser obrigada a aceitar nenhuma propriedade ou bem temporal. Clara queria seguir a Forma de Vida de francisco. Pede, insiste e consegue, apesar do Papa Inocêncio III se mostrar surpreso e dizer que nunca tal privilégio havia sido solicitado a Roma.
Daí por diante Santa Clara e as Irmãs Pobres terão de lutar durante quarenta anos para conseguir que a Igreja autorizasse que vivessem a Forma de Vida dada por São Francisco.
Foram-lhe impostas, além da Regra de São Bento, a Forma de Vida do Cardeal-Protetor Hugolino e do Papa Inocêncio IV. Porém, apesar dos Papas e Cardeais não conseguirem entender, Santa Clara insistia dizendo que desejava viver o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, sem nada de próprio, segundo o espírito franciscano.Sempre que possível ela recorria por escrito à Cúria Romana frisando este ponto.
Apenas para nos adiantarmos um pouco, vale à pena dizer que no dia de Pentecostes de 1234, Inês de Praga, filha de Otocar I, rei da Boêmia, entra para as Irmãs Pobres. Ela havia sido prometida em casamento ao Imperador Frederico II dentre outros, mas prefere se tornar uma seguidora de Francisco e Clara. Será uma grande amiga de Santa Clara, apesar de nunca terem se conhecido pessoalmente. Infelizmente temos apenas três cartas de Santa Clara dirigidas a Santa Inês, mas sabemos que trocaram inúmeras correspondências. Em 1989 o Papa João Paulo II canonizou-a.
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