Santa Clara gostava muito de ouvir a Palavra de Deus durante a Santa Missa, embora não tivesse estudos catedráticos. Por isso, ouvia de boa vontade as pregações eruditas feita pelos padres.

Certo dia, estando Frei Filipe de Atri pregando, uma Irmã de sua Comunidade, chamada Inês, filha de Opórtulo de Bernardo, viu junto da santa um menino belíssimo, o qual tinha cerca de três anos.

A Irmã ficou muito surpresa e pediu a Deus para que Ele não permitisse que aquilo fosse uma ilusão. Em seguida ouviu uma voz em seu coração que dizia: -“Eu estou no meio deles”, significando com isso que aquele menino era realmente Jesus Cristo, O qual está no meio dos pregadores e dos ouvintes, quando estão atentos e ouvem como devem a Palavra de Deus. ... (continuação)

Irmã Francisca – clarissa contemporânea de Santa Clara e que depôs no seu processo de canonização – disse, ao depôr, que certo dia, quando a santa estava doente e não podia se levantar, pediu que lhe levassem um certa toalha. Porém, não havia quem a pudesse atender. Por isso, uma gatinha que vivia no mosteiro começou a puxar e a arrastar a toalhinha para levá-la como podia. Então, Santa Clara lhe disse: -“Bobinha, você não sabe carregar isso; por que a está arrastando no chão?” A partir daí, como se a gata tivesse compreendido, começou a enrolar a toalha para que ela não encostasse no chão. ... (continuação)

Santa Clara estava tão alheia ao mundo que se ocupava continuamente em santas orações e no louvor divino.

À noite, depois da oração de Completas (última Hora canônica do Ofício Divino), Santa Clara permanecia rezando durante muito tempo junto com suas Irmãs. Dizem que derramava muitas lágrimas e, com sua piedade, levava as outras Irmãs também a chorar. Mesmo depois que todas se recolhiam para dormir em suas duras camas, Clara ficava rezando, vigilante e incansável.

Muitas vezes, com o rosto prostrado ao chão, regava o chão com lágrimas e o acariciava com beijos; parecia ter sempre o seu Jesus entre as suas mãos, derramando aquelas lágrimas aos Seus pés, aos quais beijava. ... (continuação)