Arquivo de outubro 2006

A sua Forma de Vida Inocêncio, bispo, servo dos servos e Deus, às diletas filhas em Cristo: a abadessa Clara e as outras Irmãs do mosteiro de São Damião em Assis, saudação e bênção apostólica.

Costuma a Sé Apostólica aceder aos votos piedosos e conceder benévolo favor aos desejos honestos dos que a imploram. De fato, diante de nós está uma súplica humilde da vossa parte para que tenhamos o cuidado de confirmar com o apoio apostólico a forma de vida que o nosso venerável irmão bispo de Óstia e de Velletri julgou que deveria aprovar. De acordo com ela, dada pelo bem-aventurado Francisco e por vós espontaneamente acolhida, deveis viver comunitariamente em espírito de unidade e com o voto da altíssima pobreza, como está melhor explicado na carta que o mesmo bispo escreveu.
Por isso, inclinados para as preces da vossa devoção, tendo por ratificado e agradável o que foi feito pelo referido bispo neste assunto, nós o confirmamos com autoridade apostólica e o munimos com a patrocínio do presente escrito, fazendo inserir neste documento, palavra por palavra, o teor da própria carta, que é o seguinte: ... (continuação)

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Deixada por Santa Clara para as suas filhas espirituais (as clarissas) presentes e futuras e para todos nós, seus irmãos.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

O Senhor as abençoe e guarde. Mostre-lhes o seu rosto e tenha misericórdia de vocês.

Volte a sua face para vocês e lhes dê a paz, a vocês minhas irmãs e filhas, e a todas as outras que vierem e permanecerem em sua comunidade, e a todas as outras, tanto presentes quanto futuras, que perseverarem até o fim nos outros mosteiros das senhoras pobres.

Eu,Clara, serva de Cristo, plantinha do nosso bem-aventurado pai São Francisco, irmã e mãe de vocês e das outras irmãs pobres, embora indigna, rogo a nosso Senhor Jesus Cristo, por sua misericórdia e por intercessão de sua santíssima Mãe Santa Maria, de São Miguel Arcanjo e de todos os anjos de Deus, do nosso bem-aventurado pai Francisco e de todos os santos e santas, que o próprio Pai celeste lhes dê e confirme esta sua santíssima bênção no céu e na terra:na terra, fazendo-as crescer na graça e em virtude entre seus servos e servas na sua Igreja militante; no céu, exaltando-as e glorificando-as na Igreja triunfante entre os seus santos e santas. ... (continuação)

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Em 11 de agosto de 1253, Santa Clara entra na glória eterna; já no dia seguinte seu corpo é levado para a Igreja de São Jorge onde também repousa Francisco. No dia 3 de outubro de 1260, o corpo é exumado e colocado na Basílica de Santa Clara; ali permanece perto do altar com uma simples inscrição: “Aqui jaz o corpo da Virgem Santa Clara”, protegido pelo brilho de uma lâmpada e as preces silenciosas de suas filhas que guardaram este fato no segredo de seus corações.

Em 1849 a República Italiana escolhe Assis como sede do governo e não tem boa relação com as instituições religiosas. No meio de conflitos e inventários, perseguições e desordem civil e espiritual, a Abadessa Clara Columba Angeli, resolve procurar o corpo da venerável Mãe Clara, para que a grande dama de Assis seja um verdadeiro sinal de paz e unidade para um momento sofrido da história italiana. Neste mesmo ano, o cardeal Marini, prefeito da Congregação dos Ritos, visita Assis para a festa dos Estigmas, e, num encontro com as Clarissas, conversam sobre o encontro dos restos de São Francisco em 1813. A Abadessa aproveita a ocasião e diz: “Eminência, já que o Sol deixou-se encontrar, não é necessário que a Lua tenha também o seu lugar?” ... (continuação)

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