Assim começa a carta:
“A sua venerável mãe e senhora em Cristo, distinta e querida senhora dona Clara, e a toda a sua comunidade. Inês, humilde e mínima serva de Cristo, prostrada a seus pés com toda submissão e devoção, deseja-lhes o que de mais doce e precioso se possa desejar no sumo Rei altíssimo.
Como a condição de todos foi feita de tal forma que nunca dá para ficar na mesma situação, quando alguém acha que está na prosperidade, então é que mergulha na adversidade. Por isso deve saber, mãe, que estou na maior tribulação e numa imensa tristeza corporal e espiritual. Estou sofrendo um peso e uma dor fora do comum e quase não consigo falar, por estar separada de você e das outras minhas irmãs, com quem pensei que, neste mundo, ia viver e morrer.
Essa tribulação já começou, mas não sei quando vai acabar. Nunca diminui, só cresce. Surgiu há pouco mas não vai de jeito nenhum para o ocaso. Está sempre junto de mim, não quer se afastar. Eu achava que a vida e a morte deviam unir na terra as que convivem juntas no céu, que a mesma sepultura ia conter as que são da mesma natureza. Mas, pelo que estou vendo, enganei-me, estou angustiada, estou abandonada, estou atribulada por todos os lados.
Ó minhas ótimas irmãs, tenham pena de mim, por favor, chorem comigo, para não virem a sofrer algo parecido, e vejam que não há dor como a minha. Esta dor me machuca sempre, esta tristeza me tortura, este ardor não pára de queimar, por isso estou cheia de angústias por todo lado e não sei o que fazer. Ajudem-me, por favor, com suas piedosas orações, para que essa tribulação me seja tolerável e leve. Ó dulcíssima mãe e senhora, que posso dizer se já não espero rever corporalmente a vocês, minhas irmãs?
Ah! se pudesse expressar meus pensamentos como desejo! Ah, se pudesse mostrar para vocês nesta folha a longa dor que espero e está sempre diante de mim! Minha cabeça queima por dentro, crucia-se pelo fogo inextinguível das tribulações. O coração geme lá dentro e os olhos não param de derramar rios de lágrimas. Estou toda cheia de tristeza, já quase toda consumida no espírito. Não acho consolação, por mais que busque. Concebo uma dor atrás da outra quando remôo no coração que já não tenho nenhuma esperança de ver você nem minhas irmãs.
Desta parte não há quem me console de todos os meus queridos, mas por outro lado estou muito consolada e vocês podem se congratular comigo. Pois encontrei a maior concórdia, nenhuma divisão, melhor do que poderia esperar. E todas me receberam com a maior cordialidade e alegria, e me prometeram obediência devotamente, com reverência.
Todas elas se recomendam a Deus, a vocês e à sua comunidade, e eu também lhes recomendo a mim mesma e a elas em tudo e por tudo, para que tenham solícito cuidado de mim e delas como irmãs e filhas suas. Saibam que eu e elas queremos observar todo o tempo de nossa vida inviolavelmente os seus conselhos e preceitos15.
Além do mais, podem saber que o senhor Papa acedeu em tudo e por tudo ao que eu disse e pedi, de acordo com a sua intenção e a minha, na questão da propriedade.
Peço que roguem ao Frei Elias que se sinta obrigado a me visitar com freqüência para me consolar no Senhor.”
(Carta de Santa Inês de Assis (irmã de santa Clara) para Santa Clara – Tradução de Frei José Carlos Corrêa Pedroso, ofm cap – www.procasp.org.br)
Sinto nesta carta de Inês, as dores que se passa ao se entregar de corpo e alma a uma causa. Conciência do dever como espírito em conflito com a vida humana. Sincera e franca nas suas emoções. Exemplo de renúncia e abnegação. Estou lendo o livro Francisco de Assis e Irmã Clara (editora DPL). Um abraço.
Essa foto é dE santa Inês de Assis?
*** Michelly, possivelmente sim. Um abraço. ***
Muito linda a carta de Santa Inês, me ensinou uma grande lição, pois tenho que colocar toda minha tribulação na Senhor e aguardar mudanças. Obrigada.
oi, meu nome é Michelly sou da bairro Arlindo Villaschi, Viana-ES,pesquiso sobre Santa Inês de Assis,adoraria ter mais informações sobre essa santa.
se puderem me enviar mais coisas sobre ela eu agradeceria muito, pois a festa da nossa comunidade na qual temos Santa Inês de Assis como padroeira é em novembro e gostariamos de ter bastante informação,Pois o q se sabe é que nossa comunidade no Brasil é a única com essa padroeira, é verdade?
Michelly, qual é o dia de novembro que vcs comemoram a Padroeira de sua comunidade Sta Inês de Assis?
Hoje em dia,no mundo cão que estamos,precisa de pessoas com coragem de se clausurar,de interceder pelo mundo,como foi Santa Terezinha e as carmelitas.Amém.Shalom.