Hoje em dia nunca se falou tanto em ícone. Quem usa o computador sabe que um ícone é, digamos assim, o símbolo de um determinado programa. Assim, você clica no ícone para poder acessar o programa que escolheu. Quem usa, por exemplo, os programas livres, como o LINUX, ou os mais populares da Microsoft, como o pacote Office XP ou Office VISTA, utiliza os programas WORD, EXCEL, POWERPOINT etc. Ao desejar escrever uma carta ou artigo, clica no ícone do WORD e logo o programa se abre para ser usado.
No entanto, o termo ÍCONE é muitíssimo mais antigo do que a informática e remonta a séculos e séculos de história. Por isso, neste artigo nós vamos falar de ÍCONES RELIGIOSOS, que são imagens religiosas antigas e pintadas (característica principal da Igreja Ortodoxa e também presente na Igreja Católica), que possuem um significado bem mais amplo das imagens dos santos que costumamos ver e ter em nossas casas. Sem, contudo, tirar o valor destas últimas.
Colocamos acima o ícone da Santíssima Trindade pintado por Rublev. Cada “gesto” na pintura, cada objeto tem um significado especial:
“O ícone da Santíssima Trindade é um convite a sentar-se a mesa, a beber do cálice… Nada pode ser mais íntimo e comprometedor do que beber do sangue de Jesus. Esse é com certeza um convite de amigo pra amigo. No ícone, o espaço vazio da mesa é um convite aos que estão dispostos a se tornar participantes do sacrifício divino oferecendo a vida como testemunhas do amor. Só aquele que participa do sacrifício participa também da Salvação.
Na disposição dos “anjos celestes”, vemos da esquerda pra direita o Pai, com a túnica dourada, lembrando-nos sua realeza. Sua mão direita se ergue num sinal de benção ao o Filho (o do meio) e ao Espírito (o da direita) que estão totalmente voltados para o Pai numa posição de prontidão e obediência à Sua Vontade. A túnica do filho em grande parte é de cor escarlate, fazendo referência à Sua humanidade: Aquele que mais se revelou. O altar nos recorda o mundo, o lugar do sacrifício. O filho toca o altar com dois dedos – duas dimensões, a humana e a divina. O Espírito que também se revela, porém menos que o filho, toca o altar com apenas um dedo, apenas na dimensão divina.
A contemplação desse ícone é uma maneira de compreender mais profundamente os segredos e mistérios da vida divina, de estar no mundo sem, no entanto, pertencer a ele. É um convite à “casa do amor”, casa de onde viemos e para onde voltaremos…
“Quanto mais contemplamos essa imagem sagrada com os olhos da fé, mais nos damos conta de que é pintada não como uma decoração adorável para a igreja de um convento nem como explicação útil de uma doutrina difícil, mas como um lugar santo no qual podemos entrar e permanecer. Quando nos colocamos diante do ícone em oração, experimentamos um delicado convite a participar da conversa íntima que está ocorrendo entre os três anjos divinos e nos juntar a eles em volta da Mesa. Assim orar com esse ícone leva-nos ao mistério da auto-revelação de Deus, mistério que ultrapassa a história, mas é tornado visível por ela. Mistério divino, mas também humano. Mistério de júbilo, dor e glória que transcende todas as emoções humanas, mas não deixa de tocar nenhuma delas.” (Henri J. M. Nouwen, Contempla a face do Senhor – Orar com ícones)”
(fonte: http://www.marista.org.br – autora: Lúcia L. P. Coelho)
EXEMPLOS DE OUTROS ÍCONES
Qual a origem dos ícones? Qual o significado da palavra? Qual o seu significado espiritual?
“I.1. Origem
No Antigo Testamento a reprodução da sua imagem, por causa disso, a Divindade do Senhor só era retratada através da arte decorativa, em especial, a uma forma geométrica. Com a encarnação do Filho de Deus, tornou-se possível retratar o Deus invisível, uma vez que Aquele é não apenas o Verbo, mas também a Sua imagem. Dessa forma, o ícone retrata não uma imagem inacessível à vista, mas uma pessoa real.
O fundamental e primeiro ícone é, portanto, a Face de Cristo que exprime, através da imagem o dogma do Concilio de Calcedônia: “O ícone não representa tão somente a natureza Divina, nem só a natureza humana de Cristo, mas representa a sua pessoa, a pessoa de Deus-Homem que reúne em si sem mistura nem divisão as duas naturezas.”
Uma vez retratado o Deus invisível, passou-se a retratar também a Mãe de Deus e os santos porque assumindo a natureza humana, o Filho de Deus renova no homem a imagem obscurecida.
Uma tradição muito difundida atribui os primeiros ícones a São Lucas que, admitida a sua intimidade com a Mãe de Deus ainda viva, tendo levado a Ela para que a reconhecesse e desse poder para salvar a quem o venerasse.
I.2. Significado do termo
A palavra ícone deriva do termo grego “eikom” que significa “imagem”. Todavia na historia da arte e na linguagem comum a palavra ícone é reservada a uma pintura de gênero sagrado executada sobre madeira com uma técnica peculiar e segundo tradição transmitida pelos séculos tem forte caracter sobrenatural, sua pátria é o Oriente Bizantino.
Os ícones são chamados imagens do invisível pelo fato de retratarem a realidade espiritual. Representam Jesus Cristo, a sua Mãe de Deus, os anjos, os santos e os outros temas religiosos , o ícone não é o resultado de uma instrução ou da impressão do artista ele é fruto de uma tradição, uma obra profundamente meditada, não é um quadro, nele vem representado não aquilo que o pintor tem diante dos olhos, mas um protótipo a que ele deve ater-se. A veneração do ícone deriva da veneração do protótipo.
I.3. Significado Espiritual
Podemos dar ao ícone 4 “características” que a profundam e enriquecem o misticismo que o envolve. A primeira é o de que o ícone é canal de graça com virtude santificadora, uma vez que, depois de bento, torna-se um sacramental, sinal da graça eficaz por causa dos poderes e da oração da Igreja, é auxilio na vida espiritual; o ícone torna presente a pessoa que o representa, graças a semelhança com o seu protótipo (semelhança aprovada pela Igreja); o ícone é lugar de encontro, quanto mais o fiel olha os ícones, mais recorda daqueles que ali estão representados e se esforçam por imitá-los; por fim, temos a certeza de que o ícone é uma janela para a eternidade. Saindo do mundo sensorial, que se atém ao belo e as suas paixões, pode-se mergulhar no ícone aponto de não mais olhar, mas deixar-se ser olhado por ele, e dessa forma ser iluminado pela fé e conduzido ao mundo do Espirito.”
(origem do segundo artigo entre aspas: http://www.comunidadeshalom.org.br)
Isto é magnífico! Gostaria de saber mais sobre a vida dos santos.
GOSTEI MUITO DOS TEMAS ABORDADOS.
SERIA INTERESSANTE UM TEMA TRATANDO AS DIFERENÇAS HISTÓRICAS ENTRE A IGREJA CATÓLICA ORTODOXA E A ROMANA,ANTES E APÓS O CISMA. GRATO PELA ATENÇÃO!
Caros amigos,
é o culto aos santos icones um tesouro comum a romanos e ortodoxos, e extraordinariamente positivo seria instituir o costume ortodoxo dos “canto dos icones” em nossos lares no Ocidente, para restituicao da presenca das santas imagens de Deus, da Sempre Virgem Mae de Deus, dos Santos e Martires, a abencoar nossa vida familiar.
Fiquem com Deus.
Pesquisando sobre o ícone da Santíssima Trindade que está estampado em uma camiseta, descobri esta página. Gostei da explicação e principalmente dos comentários sobre os detalhes da pintura. Paz e Bem!
Amei a riqueza dos detalhes explicados, gostaria de saber mais sobre outros icones. Sao essas boas mensagens que precisamos internalizar.
MARAVILHOSO TUDO QUE LI SOBRE O ÍCONE DA SANTÍSSIMA TRINDADE, ME TROUXE MUITA PAZ , CONFORTO , CONSOLO. PODER TER UM CANAL TÃO ÍNTIMO COM DEUS ATRAVÉS DESTAS PINTURAS.
Gostei muito deste artigo é muito interessante, mais gostaria de saber mais se for possivel sobre o segundo icone ,gostaria de saber oque ele significa e oque esta escrito na biblia que ele esta e que idioma é se é em latim obrigado
eu gostei mto
achei muito legal esse blog, mas o seu tema deveria ser mais aprofundado ao tema e nao tanto a religiao