76.1 Pai dos pobres, o pobre Francisco queria viver em tudo como um pobre; sofria ao encontrar quem fosse mais pobre do que ele, não por vanglória mas por íntima compaixão.
2 Não tinha mais do que uma túnica pobre e áspera, mas muitas vezes quis dividi-la com algum necessitado.
3 Movido de enorme piedade, no tempo de muito frio, esse pobre riquíssimo pedia aos ricos deste mundo que lhe emprestassem mantos ou peles para poder ajudar os pobres em todas as partes.
4 E como eles o atendiam com devoção e com maior boa vontade do que a do santo pai aos lhes pedir, ele dizia: “Eu recebo isto com a condição de vocês não ficarem esperando devolução”.
5 E logo que encontrava um pobre ia todo alegre cobri-lo com o que tivesse recebido.
6 Doía-lhe muito ver algum pobre sendo ofendido, ou ouvir alguém dizendo palavras de maldição para qualquer outra criatura.
7 Aconteceu que um irmão disse uma palavra má a um pobre que pedia esmolas, pois lhe falou: “Veja lá que você não seja um rico que está se fingindo de pobre”.
8 Ouvindo isso, o pai dos pobres, São Francisco, teve uma dor muito grande e repreendeu o frade com dureza. Mandou que se despisse diante do pobre, beijasse os pés dele e lhe pedisse desculpas.
9 Costumava dizer: “Quem amaldiçoa um pobre injuria o próprio Cristo, de quem é sinal, pois ele se fez pobre por nós neste mundo”.
10 Por isso era freqüente que, ao ver algum pobre carregando lenha ou outra carga, ajudasse com seus próprios ombros, tão fracos.
(www.procasp.org.br – tradução de Fr. José Carlos C. Pedroso, ofmcap – I Vida de São Francisco – Tomás de Celano, nº 76)
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