Para nós católicos o único santo é Deus. De facto na Missa cantamos que o Senhor é santo, três vezes santo. O nosso Deus, único santo, é um Deus que não se fecha em si mesmo mas é um Deus comunicativo que já na criação criou-nos à sua imagem e semelhança. É um Deus que entra em relação com o homem e permite que o homem, em Cristo, se torne participante da sua vida e do seu mistério. É neste sentido que todos os cristãos são chamados a serem santos como Deus é santo (Lv 1,44-45).
São Pedro escrevia: “A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos, em todas as vossas acções, pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1,15-16). Toda esta pretensão porque em Cristo, que é a manifestação da santidade de Deus, nós, baptizados em seu nome, somos constituídos “uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus” (1Pe 2,9). Portanto compreendemos agora porque nos primórdios do cristianismo era normal, como fez Paulo, chamar os cristãos de santos. Mas, se somos todos chamados pelo baptismo a ser santos porque existem na Igreja homens e mulheres que são considerados santos e outros não?
A Igreja não faz santos porque a santidade é dom de Deus e obra do Espírito Santo que age em liberdade no coração dos crentes. A Igreja porém na sua tradição milenária sempre declarou e promoveu publicamente o culto de alguns santos porque os considera homens e mulheres que viveram bem a própria vocação e são, portanto, “exemplos”, “modelos” particularmente eloquentes e significativos para nós que também, com muitas dificuldades procuramos viver a nossa vocação cristã e procuramos ser como Deus: santo.
A canonização é portanto uma sentença solene com a qual a Igreja afirma publicamente a santidade de uma pessoa. Com este acto a Igreja outra coisa não faz senão reconhecer e glorificar a santidade de Deus que é fonte de todo o nosso bem viver e bem operar.
A declaração de alguns cristãos como santos é em função da santidade universal e Jesus Cristo, nosso irmão e senhor.
Gostava de terminar com esta bela citação do Pápa bento XVI na sua Encíclica Deus caritas est nº 40: “os santos são os verdadeiros portadores de luz ao interno da história porque são homens e mulheres de fé, esperança e caridade”
(Frei Gilson Frede, capuchinho, de Cabo Verde (http://poco-da-palavra.blogspot.com) – escrito em Português de Portugal)
e muito bom
Interessante este artigo.
jesus ama essa naçao de incredulo