Levanta-te, pega a tua cama e anda – Evangelho comentado

sábado, fevereiro 18, 2012

CONTINUAÇÃO

Cabe, creio, uma outra pequena observação: o paralítico, embora seja o sujeito beneficiado, na verdade não é o centro da narração. Sequer sabemos se ele acreditasse que poderia ser curado, com certeza não estava em paz com Deus, nem sabemos se ele quisesse ir ao encontro de Jesus. Sabemos somente que “outros” o carregaram até o Senhor. Como não ver nisto a força da comunidade de fé que carrega aquele indivíduo que está paralisado em seu sofrimento e que já não tem mais no que acreditar? Como não ver a grande missão de recíproca responsabilidade que temos uns para com os outros, em espécie os mais fracos? Os quatro fizeram o que é justo, tiveram a melhor atitude possível para conduzir alguém diante de Jesus: sabiam de não poder pretender, então o “carregaram” contando apenas sobre as próprias forças e a vontade de devolver a vida a uma pessoa sem esperança. É a icone do caminho da fé cristã. Quantas vezes fazemos o contrário? Quantas vezes ao ver uma pessoa que está numa situação negativa, que nem se concede mais o esforço para acreditar que haja uma saída, pretendemos, exigimos, forçamos para que ela saia daquele estado… mas não nos preocupamos de “carregar” ela, mesmo que aparente ser um “peso morto”?  Quantas coisas poderiam mudar se por alguns momentos tivéssemos presente as palavras de São Paulo: «Suportai-vos uns aos outros» – ou seja: “sejais de suporte recíproco”- (Col. 3,13)!

A fé daqueles homens alcançou resultados maiores daquilo que eles esperariam: o encontro com Jesus se transformou para o paralítico em libertação do maior dos males, que é a incapacidade de se abrir a Deus. Jesus se tornou, assim, o trâmite pelo qual o paralítico pôde reencontrar o seu Deus, do qual não esperava mais nada. Tudo isto, todo este profundo milagre é expresso por um comando de Jesus, o mesmo vocábulo que os Evangelistas usam para indicar a Ressurreição, a decisão do “Filho Pródigo” e do cego curado: «Levanta-te». Como para dizer-lhes: “agora ande com teus pés, saia desta situação do mal, de trevas, que estão ainda em ti porque Deus já perdoou teus pecados antes mesmo que lhe pedisses”.

Um milagre que, se não foi possível pela fé de um homem, se tornou possível pela fé de alguns. Este é um grande mistério na nossa comunidade de fé!

Ele veio dar aqueles dons que a Lei não consegue dar.

Nenhuma lei consegue ensinar a amar.

O pecado paraliza o homem; ouvir a palavra é já o primeiro passo contra o pecado: Jesus leva a cumprimento aquilo que já aconteceu no coração do homem, mesmo que não tenha sido ele pessoalmente mas sim os quatro.

Somente Deus pode perdoar o pecado, como somente Deus pode curar da lepra (Naamã 2Rs. 5,7).

A misericordia e o perdão devolvem acima de tudo a dignidade e, por consequencia o resto: o homem pode começar a sua caminhada, carregando consigo o símbolo do evento que o libertou.

Sun ago: sinagoga, não mais aquela de Cafarnaum, mas a casa de Pedro → Igreja → não tem lugar diqnte da porta, então é preciso descer do céu.

(fonte: http://www.pspsp.com.br/evangelhocomentado.php  –  vídeo: Frei Gilson Frede, capuchinho, partilha com todos a Palavra do VII Domingo do Tempo Comum no seu blog: http://poco-da-palavra.blogspot.com)

 

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