CONTINUAÇÃO
TENTATIVAS CONTRA ESSAS NORMAS
O papa Adriano V, 1276, procurou modificar e abolir as regras de Gregório X, mas não teve tempo. Morreu após 40 dias de pontificado. Também o papa João XXI quis abolir essas leis, e igualmente foi surpreendido pela morte. Apesar das novas leis, começaram novamente os costumes anteriores. Houve longos períodos de vacância na Sé de Pedro: 7 meses, 6 meses, 2 meses, 2 anos. O papa Celestino V, um santo, promulgou três Bulas, restabelecendo o conclave, 1294. O mesmo fez seu sucessor Bonifácio VIII.
DOIS TERÇOS DOS VOTOS
Para a eleição eram necessários dois terços dos votos. Ninguém podia votar em si mesmo. Cada cardeal colocava o seu nome num lado da cédula, e o nome do eleito do outro lado. Os cardeais doentes recebiam em seu quarto a visita de três cardeais e três escrutinadores para indicar seu voto.
LUGAR DO CONCLAVE
Durante quatro séculos, depois do Grande Cisma do Ocidente, com a eleição de Martinho V no Concílio de Constança, 1417, todos os conclaves foram realizados em Roma, com exceção de Pio VII. Os dois primeiros, após o Cisma, foram realizados no convento dos Dominicanos, de Minerva. O dormitório comum dos frades foi dividido em repartições com biombos, para as celas dos cardeais. Na porta do dormitório colocaram uma placa: Memorial. Aqui foram feitos dois papas: Eugênio IV e Nicolau V.
Todos os outros conclaves , desde o século XIV ao XVIII, foram feitos no Vaticano. Para esse fim se construíram repartições móveis, desmontáveis, tornando fácil as obras antes e depois do conclave. Cada cela tinha cerca de cinco metros de comprimento, por quatro de largura. No tempo do papa Pio VII o conclave foi realizado no Quirinal, mais espaçoso, oferecendo mais conforto para os cardeais idosos. É preciso lembrar que, além dos 50 a 60 cardeais, havia seus secretários, dois ou três, um ou outro criado, além de médicos. Além destes, os sacristães, confessores, mestres de cerimônia.
GENTE DE FORA
A eleição de um papa sempre despertou a atenção e também interesse. Reis e príncipes, principalmente em séculos passados, tinham seus interesses ligados ao papa. Quase sempre procuravam influenciar a eleição. Tinham nomes de sua preferência para o papa, e também nomes que desejavam fossem descartados. Exerciam essa influência por meio dos cardeais de seus países.
Mas era difícil qualquer cardeal formar maioria em favor de seu país, por causa do grande número de participantes no conclave. Por esta razão a influência era quase nula.
Mas os chefes de Estado procuravam fazer conhecer a seus cardeais o nome de seus desafetos. Os cardeais, em geral, tomavam conhecimento dessa vontade dos chefes de Estado, França, Áustria, Espanha. A Itália não se interessava por esse tipo de exclusão. A Alemanha, luterana, menos ainda. Chamavam a isso ·direito de exclusão·. Mas esse direito não tinha força para invalidar uma eleição. Em um século, a Áustria foi o pais que mais procurou exercer seu direito de exclusão. Em todos os conclaves, durante 100 anos, a Áustria sempre apresentou os nomes de seus cardeais antipáticos.
(autor: Padre Rômulo Cândido de Souza, C.Ss.R. – fonte: www.padrefelix.com.br/papas11.htm – algumas pequenas modificações foram introduzidas no texto para uma melhor leitura)
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