“Na sequência do mês vocacional (no Brasil o mês de agosto é dedicado às vocações), o terceiro domingo é destinado à oração pelos Religiosos e Religiosas. São os cristãos que, deixando-se apaixonar por Jesus Cristo, aventuram-se a viver uma vida de radical seguimento, especialmente pela profissão dos votos de pobreza, castidade e obediência e pela vida comum.
Os primeiros religiosos de que temos notícia são os monges, que, isolando-se do mundo, procuravam viver a radicalidade do Evangelho na solidão, como eremitas. Depois, aos poucos a vida religiosa foi se organizando em espaços comuns, e passou-se a viver a experiência cenobítica (vida comum). Somente mais tarde é que aparece a vida religiosa com caráter apostólico, evangelizador.
A característica mais marcante da vida religiosa é seu caráter comunitário. Como se entende que a vocação religiosa é uma forma de viver profundamente o batismo, e pelo batismo somos incorporados a Cristo pela nossa participação na Igreja, os religiosos sentem-se pertencentes a uma família. Nada há de particular ou individual. Para tanto, precisam lançar mão de três ferramentas sem as quais tal consagração seria inviável: a pobreza, por meio da qual tudo que é pessoal se torna comum; a obediência, sem a qual não se entrega a vontade nas mãos do Senhor; e a castidade, que redireciona o impulso amoroso para a comunidade de irmãos e irmãs.
Temos a alegria de conhecer muitos religiosos e religiosas que fazem parte do nosso cotidiano. Ele estão presentes nos mais variados ambientes, como escolas, hospitais, obras sociais, lojas, universidades, casas de retiro, seminários, conventos. Suas vidas se tornam exemplo para nós. Mesmo sem ser padres, são pessoas que vivem sua consagração a Deus de forma bela e cativante, sendo presença amiga em momentos de alegria e de dor na vida de tantas pessoas. Tornam as atitudes cotidianas grandes oportunidades de evangelizar, manifestando o amor de Deus.
Seja cantando o Ofício Divino, trabalhando na cozinha, administrando lojas ou junto aos mais pobres, estes homens e mulheres nos ensinam a beleza de abrir-se a Cristo no irmão. Seu tempo e seus esforços são voltados para o outro e, ao mesmo tempo, este esvaziar-se os preenche de Deus. Ao mesmo tempo, sua vida é cheia de humanidade, não ilusória ou utópica. São pessoas, que têm suas histórias de vida, suas qualidades e defeitos, mas, acima de tudo, muito amor a Jesus e à Igreja.
Hoje também floresce um novo modo de consagração: são as Novas Comunidades. Trata-se de um jeito de viver a consagração a Deus por meio de um carisma específico, assim como acontece nas Congregações Religiosas, mas estando mais inserido no mundo profissional e familiar. São pessoas que, repletas do amor a Cristo e desejosas de testemunhar sua Palavra ao mundo, decidem viver, ou como celibatários ou como casados, sua vocação leiga de forma mais intensa, ajudando tantos outros a ter no coração o mesmo sentimento por Aquele que tanto nos ama. É o amor que responde ao Amor Maior de Cristo, consagrando a Ele toda a sua ação.
Rezemos hoje por estes irmãos e irmãs, cada um com suas histórias, dilemas, alegrias e dramas. Entreguemos ao Senhor a vida de cada religioso e religiosa, cada membro de Nova Comunidade, para que o Senhor recompense o seu “sim”, e os ajude a manter-se fiéis à vocação que um dia abraçaram com alegria.”
(Fonte: http://arqrio.org/formacao/detalhes/1852/o-amor-pobre-casto-e-obediente – Padre Cristiano Peixoto – Arquidiocese do Rio de Janeiro, Brasil)
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