Quem eram os magos vindos do Oriente?

Segundo o Papa Bento XVI, em seu livro “A Infância de Jesus”, existem quatro significados , positivos e negativos, para a palavra “magos”

Primeiro: homens que eram membros da casta sacerdotal persa, ou seja, da Pérsia. Eram considerados como “cultivadores de uma religião autêntica”.

Segundo: homens detentores de um saber e de um poder sobrenatural.

Terceiro: homens que faziam feitiços.

Quarto: homens trapaceiros, sedutores.

No capítulo 2 de Mateus, os magos possuem o primeiro significado: homens sábios, não exatamente sacerdotes persas, mas portadores de um grande conhecimento religioso e filosófico. Existem, inclusive, provas científicas antiquíssimas da existência de centros de astrofísica científica, na cidade da Babilônia: tábuas de terracota (argila manufaturada e cozida no forno.), repletas de inscrições com cálculos astronômicos em caracteres cuneiformes (escrita cuneiforme era praticada em tabuletas de argila húmida com um talo vegetal em forma de cunha, onde as letras eram calcadas).

Diz-nos o Papa: “a conjunção astral dos planetas Júpiter e Saturno (a estrela bastante luminosa)…, que teve lugar nos anos 7-6 a.C., considerada hoje a verdadeira data do nascimento de Jesus, poderia ter sido calculada pelos astrônomos babilônico, tendo-lhes indicado a terra de Judá e um recém-nascido “rei dos judeus”. (Livro “A Infância de Jesus”, pg.9)

Mas apenas cálculos levariam os astrônomos a procurar o Salvador?

Para que a estrela fosse capaz de se tornar uma mensagem, era preciso que tivesse circulado naquela época também alguma profecia do tipo de que o rei que viria era a Estrela, que brilharia sobre todo o mundo.

Somado a isto, percebemos que os Magos, que não eram apenas astrólogos, mas sábios. Eram homens que conseguiram ler na estrela um sinal de esperança. Por isso, colocaram-se a caminho. Somente homens com uma inquietação interior, homens de esperança, estariam (e estão) a procura da verdadeira Estrela da salvação. Eles buscavam a verdade, o verdadeiro Deus…

Eles representam o caminho das religiões e de todos os povos para Cristo.

Eram quantos reis magos? Quais os seus nomes e características físicas?

A tradição se encarregou de nos dizer que eram três. Assim, representam os três Continentes conhecidos na época: África, Ásia e Europa. Representam também três raças conhecidas: negros, amarelos e brancos. De igual modo passaram a representar também a juventude, a idade adulta e a velhice.

Mais especificamente, foi São Beda (monge beneditino inglês (673 – 735 d.C), Doutor da Igreja, respeitado historiador) o primeiro a recolher as tradições que já existiam naquela época a respeito dos reis magos, escrevendo o Tratado “Excerpta et Colletanea” (“Trechos e Coletâneas”).

Foi este santo quem escreveu a primeira vez o nome dos magos do Oriente, dizendo que eram três. Tais nomes possuem significados preciosos, que nos ajudam a compreender quem eles eram. Seus presentes de igual modo possuem um grande significado. Vejamos o que o santo nos fala:

Melquior (significa “Meu Rei é Luz”) – era um idoso de 70 anos, com cabelos e barba brancos; vindo de Ur, terra dos Caldeus. Melquior ofereceu ouro ao Menino Jesus, como reconhecimento de Sua Realeza. Jesus é Rei;

Gaspar (significa “aquele que vai inspecionar”) – era jovem de 20 anos; vindo de uma região montanhosa e distante, perto do Mar Cáspio, situado entre dois continentes: sudeste da Europa e oeste da Ásia. Gaspar ofereceu incenso, como reconhecimento de que Jesus era Deus; presente reservado apenas aos sacerdotes. Jesus é Deus e Sacerdote (que intercede por nós);

Baltasar (significa “Deus manifesta o Rei.”) – era de idade adulta com 40 anos, mouro (árabe), de barba cerrada; vindo do Golfo Pérsico (o Golfo banha os Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar, Barém (uma ilha no golfo), Kuaite, Iraque, e Irã. Baltasar oferece incenso, como reconhecimento da Humanidade de Jesus; usada para passar no corpo de quem falecia como sinal da imortalidade; símbolo também do sofrimento e das dores da Paixão; presente reservado aos profetas. Jesus é Profeta.

Jesus é reconhecido pelos magos como Rei, Deus e Profeta (Homem).

CONCLUSÃO

Os sábios do Oriente constituem um início. Eles significam o caminhar da humanidade toda para Cristo; ao longo de todos os séculos: os que já encontraram o caminho até Cristo, os que possuem a inquietação própria do espírito humano, o movimento das religiões e o movimento da razão humana (da ciência) ao encontro do Senhor.

Nós temos esta inquietação de procura do DeusSalvador que os Magos demonstraram?

(Texto escrito tomando por base trechos do livro “A Infância de Jesus”, do Cardeal Ratzinger (Papa Bento XVI – autoria: Katia Lima)

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