Antes de falarmos sobre a entrega de Santa Clara a Deus, seria interessante contarmos um pouco sobre quem foi a sua mãe e sobre como foi a sua infância.

Hortolana, mãe de Clara, era uma mulher piedosa e corajosa. Viajava sempre que podia para santuários e lugares religiosos. Certa vez visitou também a Terra Santa e pôde conhecer pessoalmente onde Jesus viveu e pregou. Ir para a Terra Santa naquela época de Cruzadas, quando havia tantas batalhas sangrentas para defender o Santo Sepulcro e os lugares Santos, demonstrava que Hortolana era uma mulher de coragem. Esta coragem se refletirá no temperamente de Santa Clara, como poderemos ver ao longo de sua vida.

Quando Hortolana se casou, temeu ver se aproximar o dia em que iria dar à luz à sua primeira filha. Por isso, rezou diante do Crucifixo pedindo uma boa hora. Ouviu então uma voz que lhe disse: -“Não temas, pois darás à luz uma luz que iluminará todo o mundo!” Por isso,decidiu dar o nome de Clara à criança que estava para nascer, a fim de que esta profecia se realizasse.

Assim, no dia 11 de julho de 1193 nasceu Santa Clara, na casa paterna, junto à praça de São Rufino e à Catedral de Assis. Provavelmente foi batizada na mesma pia batismal de São Francisco.

Santa Clara era uma menina inteligente e piedosa. Ouvia com atenção os piedosos ensinamentos de sua mãe. Podemos imaginar que lhe contava com detalhes sobre sua viagens religiosas.

Sabemos que Clara gostava de rezar e, que contava sua orações com pedrinhas, já que naquela época ainda não existia o rosário como hoje conhecemos. Ela também se preocupava com os pobres, fiava e bordava.

Sempre que podia, deixava de comer os alimentos requintados de sua casa para veladamente entregar ou mandar entregar aos necessitados.

Igualmente teve a oportunidade de estudar, poisem sua cartas revela uma boa cultura. No processo de sua canonização todas as testemunhas são unânimes em dizer que ela teve um santo comportamento já desde a sua infância e que era uma pessoa singular.