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O Vaticano nos pede moderação ao nos cumprimentarmos durante a “saudação da paz”. Assim, devem ser evitados os deslocamentos dentro da igreja para saudar alguém que esteja distante ou fazer gestos “espalhafatosos” para manifestar o nosso abraço a quem está longe. Fica igualmente desaconselhada a saída do sacerdote do altar para cumprimentar os fiéis igreja abaixo e a execução de música da paz durante os cumprimentos.
Podemos nos perguntar sobre qual seja o motivo para tal recomendação. A resposta é objetiva: não devemos esquecer de que o centro da Celebração da Missa é a renovação do Sacrifício de Jesus na Cruz pela nossa salvação. Estarmos reunidos como irmãos na fé é importante, mas não é o principal. Assim, a nossa atenção deverá estar voltada para o que acontece sobre o altar, que é o motivo central de estarmos reunidos. Por isso, nós o convidamos a ler a recomendação do Vaticano, descrita a seguir.
“A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos quis submeter à prudente consideração das Conferências dos Bispos de cada país, conforme suas realidades, quatro sugestões práticas. Por isso, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou a Carta Circular “O significado ritual do dom da paz na Missa”.
Respondendo a questões surgidas no seio da Igreja, especialmente a partir do Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, em 2005, o Documento afirma, após ter ouvido as Conferências Episcopais de todo o mundo, que se deve manter o “rito” e “sinal” da paz no lugar em que hoje está na Santa Missa, ou seja, entre o Pai-Nosso e a Fração do Pão. Exorta, porém, para que não haja distorção do ato, pois esta pode causar confusão entre os fiéis.
A Carta Circular tem, pois, lembrado ao início que, em duas ocasiões especiais, o Senhor Jesus ofereceu aos discípulos a sua Paz: a primeira, antes da Paixão, no cenáculo, ao dizer-lhes: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz” (Jo 14,27); a segunda, depois da Ressurreição, no local em que os apóstolos se achavam escondidos por medo dos judeus, ao comunicar-lhes: “A paz esteja convosco” (Jo 20,19-23). Ora, é essa mesma paz que Ele oferece, hoje, à Igreja reunida na Celebração Eucarística para ser vivida e testemunhada no dia a dia.
O fato de estar o sinal da paz inserido antes da Comunhão – e aí ser mantido – demonstra que ele tem seu cume no Mistério Pascal de Cristo. Daí dizer, textualmente, o Documento que “o sinal da paz, portanto, se encontra entre o Pater Noster, que prepara ao gesto da paz e a fração do Pão, durante a qual se implora ao Cordeiro de Deus que nos dê sua paz. Com este gesto, que significa a paz, a comunhão e a caridade’, a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana, e os fiéis expressam a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes da comunhão sacramental’, isto é, a comunhão no Corpo de Cristo Senhor” (n. 2).
No entanto, o gesto da paz não deve menosprezar o valor sagrado da Santa Missa e o mistério da comunhão sacramental. Por isso “a conveniência de moderar este gesto, que pode adquirir expressões exageradas, provocando certa confusão na assembleia justamente antes da Comunhão. Seria bom recordar que o alto valor do gesto não fica diminuído pela sobriedade necessária para manter um clima adequado à celebração, limitando, por exemplo, a troca da paz aos mais próximos” (n. 3).
Isso posto, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos deseja submeter à prudente consideração das Conferências dos Bispos de cada país, conforme suas realidades, quatro sugestões práticas. São elas:
a) Esclarecer que “o rito da paz alcança já seu profundo significado com a oração e o oferecimento da paz no contexto da Eucaristia. O dar-se a paz corretamente entre os participantes na Missa enriquece seu significado e confere expressividade ao próprio rito”. Portanto, se for para convidar para o gesto da paz de modo “mecânico” ou se for possível prever que a saudação na Missa não atingirá o seu real objetivo, este pode e deve ser omitido, conforme já prescreve o Missal Romano n. 128.
b) Nos locais em que a saudação da paz foi distorcida com a introdução de gestos profanos, as Conferências Episcopais, a mantenham no mesmo lugar, na Missa, mas a substitua “por gestos mais apropriados”.
c) “De todos os modos, será necessário que no momento de dar-se a paz se evitem alguns abusos tais como:
– A introdução de um ‘canto para a paz’, inexistente no Rito romano;
– Os deslocamentos dos fiéis para trocar a paz;
– Que o sacerdote abandone o altar para dar a paz a alguns fiéis;
– Que em algumas circunstâncias, como a solenidade de Páscoa ou de Natal, ou Confirmação, o Matrimônio, as sagradas Ordens, as Profissões religiosas ou as Exéquias, o dar-se a paz seja ocasião para felicitar ou expressar condolências entre os presentes”.
d) As Conferências Episcopais estão convidadas, nesse contexto, a preparar catequeses sobre o Rito da Paz e seu correto desenvolvimento na celebração da Santa Missa seguindo as pistas orientadoras da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos que acompanham a Carta Circular.
Por fim, pede-se que: a) o gesto da paz, bem vivenciado na Santa Missa, nos faça construtores de um mundo mais justo e pacífico em uma relação entre o que se reza, se crê e se vive (cf. n. 7); b) os Bispos, e, em comunhão com eles, os sacerdotes, aprofundem o significado do rito da paz na Santa Missa, na formação litúrgica e espiritual em oportunas catequeses aos fiéis, pois nesse gesto humano elevado ao âmbito do sagrado a paz do Senhor Ressuscitado é invocada, anunciada e difundida (cf. n. 8).
Eis, em breves palavras, o teor do breve Documento assinado pelo Cardeal Antônio Cañizares Llovera, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, com a concordância com o Papa Francisco, como norma disciplinar sobre o gesto da paz na Santa Missa.”
(fonte do texto entre aspas: http://www.igrejadapompeia.com.br – O texto sofreu pequenas modificações para uma melhor compreensão)
Gostei desse ensinamento .
Tem pessoas que atrapalham o sacerdote de continuar a celebração para a Eucaristia por sair dos lugares e andarem aos cumprimentos pela paz.
Muito nobre essa decisão, a Santa Missa é um ritual de profunda comunhão com Deus e não devemos nos dispersar.
Muito edificante esta elucidação, e deve com certeza ter uma ampla divulgação,pois realmente os abusos do rito do abraço da paz, está distorcido e causando transtornos ás celebrações da Santa Missa.A assembléia dos fieis precisam com certeza de uma catequese sobre determinados Ritos Litúrgicos. Quero parabenizar e agradecer aos colaboradores deste blog, Paz e Bem.
Muito bem enfatizado o sentido de desejar a PAZ aos irmãos na Celebração Eucarística.
Decisão importante,este ritual atrapalha mesmo a devoção dos fiéis, pois não devemos nos dispersar.