A “desilusão de Deus” perante a infidelidade dos crentes, que cedem à tentação de criar novos ídolos, este foi o centro da homilia da missa celebrada nesta quinta-feira pelo Papa, na capela da Casa Santa Marta.
O povo é o “sonho de Deus. Sonhava porque amava”. Aquele povo, porém, trai os sonhos do Pai e Deus “começa a se sentir desiludido” e pede a Moisés para que desça da montanha onde subiu para receber a Lei. O povo “não teve a paciência de esperar Deus” e les fizeram um bezerro de ouro. Um deus “para se divertir” e se esqueceram do “Deus que os salvou”
“Esquecer Deus que nos criou, que nos fez crescer, que nos acompanhou na vida: esta é a desilusão de Deus. E muitas vezes no Evangelho, nas Parábolas, Jesus fala daquele homem que faz um vinha e depois faliu, porque os operários a queriam para si. No coração do homem, há sempre esta inquietação! Não está satisfeito com Deus, com o amor fiel. O coração do homem está sempre orientado para a infidelidade. Esta é a tentação.”
Deus, por meio de um profeta repreende este povo: “E há a desilusão de Deus: a infidelidade do povo… E também nós somos povo de Deus e conhecemos bem como é o nosso coração e todos os dias devemos retomar o caminho para não escorregar lentamente em direção aos ídolos, às fantasias, à mundanidade, à infidelidade. Creio que hoje nos fará bem pensar no Senhor desiludido: ‘Diga-me, Senhor, está desiludido comigo?’. Com certeza sim, por algum motivo. Mas pensar e fazer esta pergunta”.
Deus tem “um coração terno, um coração de pai”. Por isso, devemos nos perguntar se “Deus chora por mim?”, se “está desiludido comigo?”, se “me afastei do Senhor?”.
“Quantos ídolos tenho dos quais não sou capaz de me desfazer, que me escravizam? Esta idolatria que temos dentro de nós… E Deus chora por mim. Pensemos hoje nesta desilusão de Deus que nos fez por amor e nós vamos em busca de amor, de bem-estar, de conforto em outro lugar e não em Seu amor. Nós nos afastamos deste Deus que nos criou. E esta é uma reflexão de Quaresma. Isso nos fará bem. E isso, fazê-lo todos os dias; um pequeno exame de consciência: ‘Senhor, que teve tantos sonhos para mim, eu sei que me afastei, mas me diga onde, como voltar…’. E a surpresa será que Ele sempre nos espera, como o pai do filho pródigo, que o viu chegar de longe porque o aguardava”.
(fonte: https://pt.zenit.org)
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